Um espaço para partilha de ideias relacionadas com as práticas artísticas
e os seus efeitos terapêuticos, com destaque para a vertente musical

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Música y Alzheimer

21 Sept se celebrou el día Internacional del Alzheimer. Recomendo ver el trailer de "Las Voces de la memoria". Es un documental interactivo sobre Alzheimer y musicoterapia que narra la historia de un coro formado por enfermos de Alzheimer.




LA HISTORIA
El 26 de septiembre de 2010, el público congregado en el Palau de la Música de Valencia es testigo de un concierto único: un coro integrado por enfermos de Alzheimer interpreta un repertorio que incluye canciones populares, un himno gospel, o complejos ejercicios polifónicos. Este documental descubre cómo ha sido posible llegar hasta aquí, a través de meses de trabajo musicoterapéutico, además de permitirnos asistir al día a día de la convivencia de los enfermos y sus familiares con la demencia, y su asombro ante los beneficios de la música.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Bobby McFerrin’s “Don’t Worry, Be Happy”: A Neuropsychology Reading

by Maria Popova


Unpacking the lyrics of the iconic happiness anthem to find surprising science-tested insights on well-being.

In 1988, Bobby McFerrin wrote one of the most beloved anthems to happiness of all time. On September 24 that year, “Don’t Worry Be Happy” became the first a cappella song to reach #1 on the Billboard Top 100 Chart. But more than a mere feel-good tune, the iconic song is brimming with neuroscience and psychology insights on happiness that McFerrin — whose fascinating musings on music and the brain you might recall from World Science Festival’s Notes & Neurons — embedded in its lyrics, whether consciously or not.

To celebrate the anniversary of “Don’t Worry, Be Happy,” I unpack the verses to explore the neuropsychology wisdom they contain in the context of several studies that offer lab-tested validation for McFerrin’s intuitive insight.


"In every life we have some trouble
When you worry you make it double"

Our tendency to add more stress to our stress by dwelling on it is known is Buddhism as the second arrow and its eradication is a cornerstone of mindfulness practice. But now scientists are confirming that worrying about our worries is rather worrisome. Recent research has found prolonged negative cardiac effects of worry episodes, following a 2006 study that linked worrying to heart disease.

"Here, I give you my phone number
When you worry call meI make you happy"

Multiple studies have confirmed the positive correlation between social support and well-being, and some have examined the “buffering model,” which holds that social support protects people from the adverse effects of stressful events.Harvard physician Nicholas Christakis has studied the surprising power of our social networks, finding profound and long-term correlation between the well-being, both physical and mental, of those with whom we choose to surround ourselves and our own

"Cause when you worry
Your face will frown
And that will bring everybody down"

Mirror neurons are one of the most important and fascinating discoveries of modern neuroscience — neurons that fire not only when we perform a behavior, but also when we observe that behavior in others. In other words, neural circuitry that serves as social mimicry allowing the expressed emotions of others to trigger a reflection of these emotions in us. Frowns, it turns out, are indeed contagious.

"Put a smile on your face"

Pop-culture wisdom calls it “fake it ’till you make it”; psychotherapy calls it “cognitive behavioral therapy“; social psychology call it story editing. Evidence abounds that consciously changing our thoughts and behaviors to emulate the emotions we’d like to feel helps us internalize and embody those emotions in a genuine felt sense. Paul Ekman, who pioneered the study of facial expressions, found that voluntarily producing a smile may help deliberately generate the psychological change that takes place during spontaneous positive affect — something corroborated in the recently explored science of smiles.

"Don’t worry, it will soon pass
Whatever it is"

In 1983, UCLA psychologist Shelley E. Taylor published a seminal paper [PDF] in the journal American Psychologist proposing a theory of cognitive adaptation for how we adjust to threatening events, based on evidence from a number of clinical and empirical studies indicating that we grossly overestimate the negative impact of the events that befall us, from cancer to divorce to paralysis, and return to our previous levels of happiness shortly after these negative events take place.

sábado, 3 de setembro de 2011

Arte transformada em terapia

Texto de: NUNO MIGUEL ROPIO

Pacientes do Hospital Júlio de Matos encontram no teatro forma de integração social

Oriundos de vários concelhos da Grande Lisboa, todos têm o mesmo objectivo: derrubar os muros que se erguem em redor das doenças mentais. Escolheram o teatro como terapia alternativa para combater a exclusão social.

"Sabe o que é normal e anormal? Sabe onde está a fronteira entre os dois?". As questões são colocadas, ao JN, por João Silva, encenador do Grupo de Teatro Terapêutico do Júlio de Matos, logo à entrada da sala de ensaios, instalada no primeiro andar do pavilhão principal daquele hospital, na Avenida do Brasil, em Lisboa. Ali, encontram-se, três vezes por semana, cerca de 15 pacientes que, através da arte, mostram uma outra face do fantasma das doenças do foro psiquiátrico.

Cerca de 10 minutos depois, não é difícil perceber as várias psicoses ou fobias dos actores. Enquanto que uns interrompem frequentemente os colegas, outros refugiam-se num silêncio atroz, do qual teimam em sair.

"Sempre sonhei fazer teatro, porque sentia aquelas vozes na minha cabeça que me diziam que era este o meu caminho. Mas pensava que não tinha jeito", admite Miguel Carvalho, de 42 anos, um dos actores. Intimidado, nunca levanta os olhos do soalho de madeira. "Sabe o que disse a minha irmã quando me viu pela primeira vez a representar? Agarrou-se a mim a chorar. Foi bonito", lembra.

A maioria dos elementos entrou no grupo - criado em 1968 - aconselhada pelos médicos que a acompanha no Júlio de Matos. Há ainda os que, exteriores à instituição, souberam da existência daquele tipo de terapia complementar à medicação, mas à qual só acederam através de uma declaração do seu psicólogo.

Os encontros entre actores e encenador, mais do que de uma discussão de temas para as novas peças, convertem-se em tertúlias, onde o assunto principal da conversa é a doença que os une. Naquele grupo, onde a permanência dos pacientes é muito variável, a antiguidade é um posto. E António Santana é o elemento que há mais tempo encarna as personagens desenhadas por João Silva.

Em 1982, a representação surgiu como um corte radical com uma vida inteira de internamento no Júlio de Matos, que já foi considerado um dos maiores e melhores hospitais psiquiátricos em toda a Europa. "Estive 22 anos internado num pavilhão. Dependia de imensos medicamentos, babava-me e rastejava. A minha vida era miserável", conta António, o mais calmo dos actores.

Com chegada de mais um paciente à sala, o grupo alarga-se numa enorme roda, composta ainda por terapeutas da fala e psicólogos. A maior parte tem vergonha em admitir publicamente a doença. "Comigo não vai falar, está a perceber?", grita, para o JN, incessantemente, uma outra actriz. Acaba por se levantar e caminhar para um canto da sala. Dali fica a observar o restante grupo.

"Temos de ter sensatez ao lidar com estes actores. Poderemos levar um ano de ensaios. E há um relacionamento que é preciso ir cultivando", traduz João Silva.



Imagem em: http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRom2Jfj4sz00uLrc6z76KL6T2FbdQ5X_893Rrr7oT7VPPNPo6BIg