Um espaço para partilha de ideias relacionadas com as práticas artísticas
e os seus efeitos terapêuticos, com destaque para a vertente musical

segunda-feira, 28 de março de 2011

Art therapy


Art therapy uses art media, images, and the creative process, and respects patient/client responses to the created products as reflections of development, abilities, personality, interests, concerns, and conflicts. It is a therapeutic means of reconciling emotional conflicts, fostering selfawareness, developing social skills, managing behavior, solving problems, reducing anxiety, aiding reality orientation, and increasing selfesteem (American Art Therapy Association, 2004)

terça-feira, 22 de março de 2011

"The music never stopped"

"The Music Never Stopped", based on the case study "The Last Hippie" by Dr. Oliver Sacks, M.D. ("Awakenings"), chronicles the journey of a father and son adjusting to cerebral trauma and a lifetime of missed opportunities. Through the music that embodied the generation gap of the 1960s, the film weaves the heartwarming progress of Henry and Gabriel's relationship.

In 1967, after his father Henry Sawyer (J.K. Simmons) forbids him to see a Grateful Dead concert, prodigal son Gabriel Sawyer (Lou Taylor Pucci) runs away from home. Nearly twenty years later, Henry, a straight-laced engineer and lover of big band music, is shocked to learn that his estranged son requires major surgery to remove a previously neglected brain tumor.
After the operation, the extent of Gabriel's condition is made clear: the tumor damaged the part of his brain that facilitates the creation of new memories. For Gabriel, past, present, and future become indistinguishable, and he lives fixed in the era of Vietnam, acid trips, and psychedelic music.
Determined not to let their son slip away from them again, Henry and wife Helen (Cara Seymour) vow to connect with Gabriel, who is barely able to communicate effectively. Unhappy with Gabriel's lack of progress, Henry does his own research on brain injuries, which leads him to Dr. Dianne Daly (Julia Ormond). She is a music therapist who has used her methods to make significant progress with victims of brain tumors.
As Diane works with Gabriel, she realizes that he is most responsive to the music of the Rock and Roll era - The Beatles, Bob Dylan, and particularly the Grateful Dead. Even though he is unaware that the era of his music has long passed, the effect is remarkable, and he begins to be able to have conversations and express himself.
Although Henry loathes rock and roll, he is determined to forge new memories and salvage his relationship with his son. While his own health fails, Henry begins his own pilgrimage through the bands of the sixties. As he learns the songs that animate his son's soul, he indeed begins to form an unusual but emotionally vibrant bond with the child he thought he had lost.

"No matter how lost you are... music can bring you home"

Info: http://themusicneverstopped-movie.com/


segunda-feira, 21 de março de 2011

Expressive Therapies

The arts have consistently been part of life as well as healing throughout the history of humankind. There are numerous references within medicine, anthropology, and the arts to the earliest healing applications of expressive modalities. For example, the Egyptians are reported to have encouraged people with mental illness to engage in artistic activity; the Greeks used drama and music for its reparative properties; and the story of King Saul in the Bible describes music’s calms attributes. Later, in Europe during the Renaissance, English physician and writer Robert Burton theorized that imagination played a role in health and well-being, while Italian philosopher de Feltre proposed that dance and play were central to children’s healthy growth and development.

The creative arts therapies became more widely known during the 1930s and 1940s when psychotherapists and artists began to realize that self-expression through nonverbal methods such as painting, music making or movement might be helpful for people with severe mental illness.

Within the domain of expressive therapies exists a set of individual approaches, defined as follows:

  • Art therapy
  • Music therapy
  • Drama therapy
  • Dance/movement therapy
  • Poetry therapy
  • Play therapy
  • Sandplay therapy
  • Integrated arts approach or intermodal, that involves two or more expressive therapies to foster awareness, encourage emotional growth, and enhance relationships with others. Intermodal therapy distinguishes itself from its closely allied disciplines of these therapies by being grounded in the interrelatedness of the arts. It is based on a variety of orientations, including arts as therapy, art psychotherapy, and the use of arts for traditional healing (Knill, Barba & Fuchs, 1995, cit in Malchiodi, 2005).

Creativity in therapy has the potential to impact clients in memorable ways that traditional interventions do not. When therapists choose to use expressive therapies, they give theris clients the opportunity to become active participants in their own treatment and empower them to use imagination in productive and corrective ways. Whether through art, play, music, movement, enactment or creative writing, expressive therapies stimulate the senses, thereby “sensitizing” individuals to untapped aspects of themselves and thus, facilitating self-discovery.


From: Malchiodi, C. (2005). Expressive Therapies. New York, The Guilford Press


domingo, 6 de março de 2011

Fonomusicoterapia


"Entre o ruído e o silêncio nasce a música. Entre a música e a escola nasce aprendizagem. Entre a Música, Escola e a Fonoaudiologia nasce uma parceria de SUCESSO."
(Ricardo Victor, 2010)

No âmbito da comemoração do dia Europeu de Terapia da Fala (6 de Março) considerou-se interessante divulgar uma prática curiosa, até então pouco explorada, designada FONOMUSICOTERAPIA, a qual, como o nome indica, conjuga a MUSICOTERAPIA e a TERAPIA DA FALA (designada no Brasil por FONOAUDIOLOGIA). Julga-se necessário apresentar as definições de cada um destes conceitos:
  1. FONOAUDIOLOGIA (denominação brasileira) = TERAPIA DA FALA (den. portuguesa): É a ciência que estuda a comunicação humana, linguagem e fala, voz e audição, considerando os seus aspectos normais e patológicos abrangendo as vertentes estética, terapêutica-clínica e educacional.
  2. MUSICOTERAPIA: Consiste na utilização da música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um paciente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objectivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.
  3. FONOMUSICOTERAPIA: Entende-se por "fonomusicoterapia" a intervenção através de músicas fonoterapêuticas com objetivos profiláticos e sistemáticos, visando a promoção da saúde da comunicalção, possibilitada com mais efectividade e principalmente de forma prazerosa (Victor, 2008).
Ricardo Victor Garcia de Carvalho, impulsionador da expressão "Fonomusicoterapia" é fonoaudiólogo, cantor, compositor, professor de música e define-se como uma pessoa apaixonada com a arte de ensinar através de músicas e brincadeiras. Tem vindo a desenvolver a fonomusicoterapia há 8 anos, procurando apresentar uma forma prazerosa de possibilitar a comunicação, visando a "interacção, intervenção e integração musical e comunicativa", tendo
escrito um livro didáctico denominado "Música e fonoaudiologia na escola", no qual consta um CD com várias músicas e as respectivas letras cifradas e que pretende possibilitar a educadores, professores, fonoaudiólogos e musicoterapeutas a realização de dinâmicas fonomusicoterapêuticas com recurso aos materiais facultados.


“Não é segredo que a música traz alegria e momentos de descontração para o mundo. Sabemos também que a música faz parte da educação e do contexto das escolas há muito tempo. O que proponho é um trabalho direccionado para o desenvolvimento da comunicação e a importância de valorizar o objectivo de cada música em todo seu contexto.”
(Ricardo Victor, 2008)


Informação acedida em:
http://blogs.abril.com.br/fonomusicoterapia/2009/10/fonoterapia-com-musica-musica-fonoaudiologia-parceria-sucesso.html
http://blogs.abril.com.br/fonomusicoterapia/2009/10/lei-musica-nas-escolas-nao-seria-melhor-musica-fonoaudiologia-na-escola-que-tio-ricardo-fonomusicoterapia.html

quarta-feira, 2 de março de 2011

Educação pela arte

Uma (educação artística) é a única que dá harmonia ao corpo e enobrece a alma (…). Devemos fazer Educação com base na arte logo desde muito cedo, porque ela pode operar na infância durante o sono da razão. E quando a razão surge, a arte terá preparado o caminho para ela. Então ela será bem-vinda, como um amigo cujas feições essenciais têm sido há muito familiares

Platão in Fedro


Desde os primórdios da Humanidade surgiu a necessidade de expressão através da arte. A arte rupestre, de que são exemplos as gravuras paleolíticas de Foz Coa, gravadas nas rochas há cerca de 30 000 anos, é um exemplo ilustrativo desse facto.

O Homem terá sentido a ânsia de comunicar através da arte. E não é só numa perspectiva filogenética que tal se verifica. Sabe-se que desde muito cedo a criança começa a expressar-se através de garatujas. Portanto, também duma perspectiva ontogenética essa necessidade se manifesta. Pode-se, pois, fazer um paralelismo entre a infância do criança e a infância da Humanidade, em relação às diversas formas de arte: expressão musical, expressão plástica, expressão pelo movimento, expressão dramática .

A Educação pela Arte é um conceito de educação baseado na filosofia da educação, na psicologia e na pedagogia e que tem como objectivo a formação integral do ser humano, opondo uma educação atomizada versus uma educação holística, em que o desenvolvimento da personalidade do indivíduo é o foco principal. Já na Grécia antiga, com uma concepção um pouco antropomórfica da cultura, Pitágoras terá preconizado este conceito de educação, enquanto Sócrates propunha uma formação através do autoconhecimento, tendo estas concepções sobre educação influenciado Platão, que dissertou sobre a necessidade de a educação ser feita com base na formação de uma pessoa encarada como um todo indissociável e evolutivo.

Não foi, porém, neste sentido, que ao longo da história da educação se caminhou, tendo-se pelo contrário acentuado cada vez mais um magistercentrismo que chegou aos nossos dias, com variantes mais ou menos graves da autoridade dos mestres sobre os educandos, dependendo os conceitos sobre educação das conjunturas sociopolíticas e económicas vigentes.

No séc. XX, Herbert Read, crítico inglês de arte, retoma a tese de Platão de que a arte deve ser a base de toda a Educação, fundamentando os seus estudos numa psicologia da criança e do adolescente e na filosofia da arte. Herbert Read é pois, o pai da Educação pela Arte Contemporânea. Em 1954, sob a sua influência, foi criada em Londres a INSEA (International Society for Education through Art) à qual Portugal desde logo aderiu.

Em 1956 nasce em Portugal a Associação Portuguesa de Educação pela Arte. O objectivo é o recurso às artes para se atingir uma formação global a nível afectivo, cognitivo, social e motor numa perspectiva de desenvolvimento de todas as áreas de expressão: musical, plástica, dramática, corporal, vocal… Em 1965, no Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Gulbenkian, da qual seria mentor o pedopsiquiatra Arquimedes da Silva Santos, inicia-se uma experiência piloto de formação de professores de Educação pela Arte. Em 1971 é criado no Conservatório Nacional a Escola Superior de Educação pela Arte, curso esse que viria a terminar em 1981, restando a esperança de que tão rica experiência viesse a ter enquadramento nas futuras Escolas Superiores de Educação que se viriam criar nos anos oitenta. Na realidade tal não aconteceu. Criado em 1994, o Movimento Português de Intervenção Artística e Educação pela Arte, continua a lutar para que não morra a vontade de um dia ver acessível a todos uma pedagogia que almeja a formação integral do indivíduo, em que razão e estética se articulem, em que o indivíduo se sinta socialmente integrado, mas crítico, interventivo e criativo.

Consubstanciando, a finalidade platónica de juntar o Belo ao Bem.


Texto adaptado do artigo “Educação pela Arte”, de Vera Quintanilha, publicado na revista Educadores de Infância nº 39 referente a Setembro de 2008 (Editora Ediba).